Em
ph 6,0 ataca o N2 do anel imidazol da histidina. Em ph 5,0
fixa-se nos grupos amido e guanidil. Reagem com os grupos
indólicos e sulfidrílicos. Podem destruir,
dependendo da concentração, todos os microorganismos
, inclusive esporos (PELCZAR; REID; CHAN, 1977). Os cresóis
são 4 a 5 vezes mais potentes que os fenóis.
A mistura de três formas isoméricas de fenóis
ou seja: orto-cresol, meta-cresol e para-cresol, dão
origem ao tricresol (PELCZAR; REID; CHAN, 1977). Por muito
tempo acreditou-se que formocresol e tricresol formalina
fossem a mesma substância química. Porém,
as formulas químicas são diferentes. Segundo
LEWIS; CHESTNER (1981),
o tricresol formalina é composto de 90% de formaldeído
e 10% de tricresol. Logo, o tricresol formalina é
um anti-séptico mais potente do que o formocresol.
O formocresol é usado em odontopediatria na realização
de pulpotomias. BLOCK et al. (1983) avaliaram, após
pulpotomia em dentes de cães, a ação
do formocresol. Concluíram que o formocresol causa
necrose tecidual e não a fixação tecidual
ou mumificação. Os autores concluíram
ainda que após a biópsia dos órgãos
dos animais, verificou-se a presença de formocresol
no fígado após 14 dias e no rim após
1 hora, da realização da pulpotomia. Segundo
YAMASAKI et al. (1994) o formocresol prolongou a reação
inflamatória e atrasou o processo de cura dos tecidos
periapicais após
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pulpectomia em dentes de ratos. Os autores concluíram
que o formocresol é nocivo aos tecidos periapicais
e não deveria ser usado como medicação
intra-canal. Porém, VANDER e col. (1972) em estudo
para avaliar os efeitos antimicrobianos e citotóxicos
das medicações intra-canais, verificaram que
o formocresol foi o mais eficaz na destruição
do stafilococcus aureus e dois tipos de enterococcus. É
muito discutido os possíveis efeitos carcinogênicos
provocados pelo formocresol. Segundo LEWIS; CHESTNER (1981)
o formocresol é mutagênico e pode reagir com
ácidos nucleicos causando aberrações
cromossômicas. Segundo os autores a exposição
ao formaldeído causou o aumento de mutações
em drosófilas e fungos. Além do que 40% dos
resíduos poluentes que saem dos escapamentos dos
carros são aldeídos. Isto poderia causar um
efeito cumulativo de formaldeído aumentando o risco
de câncer. Verificaram ainda, que em doses clínicas
entre 5 e 15 µml o formocresol não foi tóxico
a cultura de células de mamíferos. Estes resultados
coincidem com ESBERARD et al. (1994) que ao induzirem lesões
periapicais em dentes de cães e após curativos
intra-canais com tricresol formalina obtiveram excelentes
resultados de cura e reparo. Inclusive com neoformação
cementária, óssea e restabelecimento da membrana
periodontal apical.
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PARAMOCLOROFENOL CANFORADO X FORMOCRESOL X TRICRESOL
FORMALINA
Quando usar cada uma dessas medicações? Qual
a mais efetiva? Qual a técnica indicada?
Quando nos referimos ao PMCFC temos que compará-lo
nas apresentações com veículo aquoso
( PMCF à 2% ) e em solução concentrada
(PMCFC à 35%). Segundo HARRISON et al. (1971) o PMCF
à 2% é efetivo na destruição
da maioria dos microorganismos encontrados no canal radicular.
Porém, essa medicação parece não
ser efetiva sobre os streptococcus faecalis. Quanto a sua
citotoxidade e poder de penetração nos túbulos
dentinários HARRISON et al. (1971) e TAYLOR et al.
(1976) concordam que a sol. aquosa é menos irritante
e difunde-se melhor do que a concentrada. Porém,
popularizou-se mais o uso do PMCFC à 35% , apesar
dos estudos de MESSER; CHEN (1984) mostrarem a sua rápida
liberação. UCHIN (1963) e col. avaliaram clinicamente
os curativos intra-canais e verificaram que o PMCFC à
35% foi efetivo até por 14 dias. Porém, VANDER
et al. (1972) verificaram que o PMCFC foi efetivo só
quando em contato direto com os microorganismos. Os mesmos
resultados foram obtidos por BIRAL (1978) que não
encontrou ação à distância do
PMCFC.
(próxima página)
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