PARAMONOCLOROFENOL
CANFORADO
O
fenol, também conhecido como ácido carbólico,
foi inicialmente usado por LISTER em 1860. Os compostos
fenólicos atuam na permeabilidade da membrana citoplasmática
das células (PELCZAR; REID; CHAN, 1977). A função
da membrana citoplasmática é preservar a integridade
dos constituintes celulares, assim como, controlar a entrada
de nutrientes e saída de produtos. Segundo PELCZAR;
REID; CHAN (1977) os compostos fenólicos podem ser
bactericidas ou bacteriostáticos e sua atividade
é reduzida em ph alcalino e na presença de
matéria orgânica. Logo, as associações
de compostos fenólicos, como o PMCFC, com Ca(OH)2
deveriam ser melhor avaliadas. Pois, a efetividade destas
associações pode ser devida à melhor
difusibilidade da medicação do que o efeito
do PMCFC, propriamente dito. O paramoclorofenol foi proposto
por WALKOFF em 1891. Em 1929, o próprio WALKOFF acrescentou
a cânfora ao PMCF , na proporção de
3 partes de PMCF e 7 partes de cânfora, com o intuito
de reduzir sua citotoxidade (ESBERARD et al., 1994). Entretanto,
SOEKANTO et al. (1996), através do estudo em cultura
de células de polpa de ratos, verificaram que a cânfora
por si só já é citotóxica. Ao
acrescentar a cânfora ao PMCF, segundo o autor, aumenta
a toxicidade do PMCF. Devido à toxicidade do PMCFC
alguns autores sugeriram o uso do PMCF, em
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solução
aquosa à 2%. PMCF. Segundo TAYLOR et al. (1976) e
HARRISON et al. (1971), além de reduzir a citotoxidade
essa solução tem a maior capacidade de difusão
na massa dentinária, podendo atingir até o
ligamento periodontal. A ação à distância
do PMCFC foi avaliada por vários autores. BIRAL (1978),
em 1979, concluiu que o PMCFC não tem ação
à distância. CWIKLA et al. (1972) e col. avaliaram
e concluíram que o PMCFC não possui efeito
de capilaridade na dentina. Logo, indica-se que o mesmo
seja usado em pontas de papel absorventes colocadas no interior
do canal, no comprimento de trabalho. Pois, como foi observado
essas substâncias só agem por contato direto
e não à distância. MESSER; CHEN (1984),
através de espectrofotometria, avaliaram a liberação
do PMCFC de bolinhas de algodão colocadas nas câmaras
pulpares “in vitro” e “in vivo”.
Concluíram que após 24h a 48h, 90% da medicação
foi liberada. Concluem ainda os autores que essas medicações
teriam eficácia antibacteriana por um curto período
de tempo.
FORMOCRESOL
O formocresol foi proposto por BUCKLEY em 1905. A sua fórmula
original é: formaldeído 35% e cresol 65%.
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BUCKLEY acreditava que os restos necróticos e microorganismos
quando pressionados para além do forame apical fossem
responsáveis pelas agudescências periapicais.
O mesmo recomendava que se realiza-se uma pré-medicação
com formocresol para neutralizar o conteúdo séptico
do canal (LEWIS; CHESTNER, 1981) . Porém, BALABAN
et al. (1984) em estudo clínico de 157 pacientes
observaram que não houve diminuição
dos casos de exacerbações agudas pós-operatórias
nos casos onde realizou-se a pré-medicação
com formocresol. Ao contrário , obteve melhores resultados
quando o preparo químico-mecânico do canal
foi completamente realizado na primeira sessão. Estudo
clínico semelhante foi realzado por TROPE (1990)
que verificou a ocorrência de “flare-ups”
em dentes com sinais radiográficos de periodontite
apical , independente do tipo de medicação
empregada , durante o tratamento. O formaldeído é
um dos agentes menos seletivos que atuam sobre as proteínas
(PELCZAR; REID; CHAN, 1977). É um gás estável
em altas concentrações e temperaturas. Polimeriza-se
a temperatura ambiente formando o paraformaldeído
(PELCZAR; REID; CHAN, 1977). Em estado líquido é
usado como coagulante e conservante de tecidos vivos. Em
ph 9,5 bloqueiam os grupos de aminoácidos livres.
(próxima página)
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